sábado, 1 de maio de 2010

“Vai ter com a formiga”

Minha atenção fixa na tela do computador foi bruscamente desviada por causa de um movimento estranho que vi pelo canto do olho. Era uma movimentação intensa, mas bem organizada. Uma sincronia incrível! A cena não permitia voltar ao ponto anterior. Agora cativo, fiquei atento querendo saber até onde aquela situação iria. Tratava-se de quatro minúsculas formigas carregando uma “gigante” semente de maçã. A semente era no mínimo maior do que o quarteto duas vezes. Quando as vi, o ponto da parede onde elas estavam mostrava que o trabalho tinha começado cedo.
Embora desconheça os hábitos alimentares das formigas, imagino que aquilo seria o almoço do dia. As dificuldades eram visíveis. Além do peso, elas tinham alguns obstáculos a serem vencidos. Incrédulo do sucesso da turma fiquei aguardando o momento em que elas desabariam parede abaixo. Porém, tive que assistir ao fim do cortejo da semente de maçã decepcionado. A semente encontrada no meu gabinete fora deixada por um pastor que insiste em comer em minha sala, no meio da manhã, a sua maçã.
Neste momento, foi impossível não se lembrar das palavras de Salomão quando instruía o seu filho. Entre seus ensinos, afirmou que podemos aprender com a vida das formigas, especialmente sobre trabalho. Ele disse: Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento (Pv 6.6-8). Salomão exalta o empenho da formiga em relação ao trabalho e queria que seu filho aprendesse a importância e a necessidade do labor. Não foi fácil para as formiguinhas conduzirem sua alimentação até onde moravam. Elas tinham a determinação de levar o produto até o lar. Assim, como a formiga, ninguém vai conseguir nada sem trabalho duro. Por isso, o rei exorta o filho quanto ao perigo da preguiça. Até quando você vai ficar deitado, preguiçoso? Quando se levantará de seu sono? Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado (Pv 6.9-11).
Será que apenas o preguiçoso precisa refletir no caminho da formiga? Não. Também aquele que não valoriza e nem sabe trabalhar em equipe. A conquista das formiguinhas só foi possível porque houve a participação de um grupo. Uma dependeu da outra naquilo que apenas uma não conseguiria realizar. Quem gosta de receber a glória sozinho não consegue enxergar a importância do outro. Quando muito, ele apenas o vê como um meio de alcançar os seus objetivos pessoais. Quem vive envolvido com a igreja de Jesus precisa enxergar o valor do trabalho em equipe. Isso porque, na equipe, nos completamos, não enxergamos os outros como inimigos ou competidores. Trabalhamos juntos. O bom de trabalhar em equipe é poder compartilhar com a alguém a alegria da conquista. O trabalho em equipe tem o poder de nos convencer da nossa limitação e, ao mesmo tempo, nos empurra para a busca da sabedoria, da força e da capacidade do outro. O trabalho em equipe nos ajuda a produzir mais e melhor no Reino. A equipe se une para multiplicar e não dividir. Que tal ir ter com a formiga?
Pr. Humberto Medeiros

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